14 fevereiro 2007

O Preço da Ilusão – Parte 5

A atriz mais badalada só apareceu em duas cenas

Dinéia Maia foi a estrela que mais brilhou durante e depois das filmagens de "O Preço da Ilusão". Apresentada com estaque típico de atriz hollywoodiana durante a estréia, no Cine São José, tanto ela como o público acabaram decepcionados, quando a sua aparição na tela se dá em duas cenas com menos de um minuto de duração.
À época, Dinéia Maia, hoje Pederneiras, tinha 15 anos. A sua participação no filme, portanto, se deu sob os influxos aventureiros e de 'curtição' típicos da juventude. Havia debutado pouco tempo antes, desfilava de quando em vez e, por isso, ser atriz lhe apareceu como uma oportunidade de realizar um sonho que Dinéia não confessa hoje, mas deve ter sido muito acalentado: ser atriz.
Ela entrou para o 'cast' do filme por influência de Ilmar Carvalho, que ainda hoje é íntimo de grande parte da equipe que realizou "O Preço da Ilusão". Enquanto todas as demais atrizes, principalmente as de papéis destacados, enfrentaram uma seleção em que participaram mais de 200 candidatas, Dinéia entrosou-se à equipe como curiosa e participando de diversas cenas. Apresentado o filme, sua aparição se deu apenas nas seguintes tomadas: Teatro Álvaro de Carvalho, durante um coquetel. Dinéia mantém um rápido diálogo com um grupo na sala do diretor do teatro; segunda cena: jardins do Palácio da Agronômica. Todas as candidatas a um concurso de beleza que acontece no filme são apresentadas. Dinéia está entre as candidatas, embora não seja um delas.

OUTROS TRABALHOS

Com a experiência que adquiriu acompanhando as filmagens de "O Preço da Ilusão", Dinéia participou de vários documentários produzidos posteriormente pela equipe a Produções Carreirão. Inclusive, do primeiro filmado em cores. Para que as cenas não fossem filmadas sem ninguém, Dinéia foi contratada para ser partner de um ator paulista, Carlos Miranda, e juntos visitam vários locais turísticos de Florianópolis. Essa visita era, na verdade, o roteiro. Para quem viu o documentário, as cenas são vistas pelos olhos dos dois artistas.
Dinéia, apesar de ter tido a maioria das suas cenas cortadas, quando da montagem do filme, diz que não guarda nenhuma decepção. Ao contrário, afirma que guarda boas lembranças de toda a equipe, pela amizade verdadeira que os unia, onde prevaleciam as relações profissionais, apesar do improviso que imperou durante a realização do filme.

[Quinta retranca da matéria publicada no Jornal da Semana edição número 67, de 10 a 17 de maio de 1980].

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